Maldições
Vamos entender as maldições...
Na Torah (AT), Adonai (Senhor) estabeleceu que os pecados dos pais seriam
visitados nos filhos, e isso como um decreto.
“Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus,
sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a
terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.”
Êx 20:5
Contudo nos Nevi’im (profetas), precisamente no
livro de Yechezk’el (Ezequiel), o
Eterno D’us diz que os filhos não (mais) levariam os pecados dos pais.
“A alma que pecar, essa
morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a
iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do
ímpio cairá sobre ele.”
Ez 18:20
Entendo com
isso que D’us não castigaria mais os pais atingindo os filhos, mas sim, que
trataria com cada um em seus próprios pecados.
Há quem
defenda que D’us nunca visitou o pecado dos pais nos filhos, e que, por
conseguinte Êx 20:5 na verdade
refere-se a consequência dos pecados como algo que recai sobre os filhos e não
a própria ação punitiva de D’us.
E até faz
sentido, isso, mas não se sustenta quando nos lembramos das palavras de Kefas (Pedro) a Yeshua (Jesus), onde ele questiona o porquê do sofrimento do cego.
E Jesus revela que nem ele e nem os pais pecaram para que fosse daquela forma.
“E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este
ou seus pais, para que nascesse cego?
Jesus respondeu: Nem
ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras
de Deus.”
Jo 9:2-3
Aqui está uma
prova indiscutível que os pecados dos pais poderiam SIM recair sobre os filhos.
Há dois tipos de maldições a se
considerar:
Maldições condicionais, ou seja, maldições que podem ser
revertidas.
Vejo um
exemplo claro disso no livro de D’varim (Deuteronômio),
quando o Eterno estabelece bênçãos
para a obediência e maldições para o pecado.
Como o povo
hebreu, pecou naquilo em que o Eterno disse que seriam amaldiçoadas, fatalmente
as maldições tornaram-se patentes.
“E SERÁ que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de
guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te
exaltará sobre todas as nações da terra.
E
todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão,
quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus;”
Dt
28:1-2
“Será, porém, que, se não deres ouvidos
à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus
mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão:”
Dt 28:15
Estas maldições poderiam ser anuladas e tornarem-se
bênçãos, bastando para tanto realizarem a Teshuvá
(arrependimento / retorno ao Eterno)
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei
os seus pecados, e sararei a sua terra.”
II Crônicas 7 : 14
No entanto há
um segundo tipo de maldições, do qual não cabe recurso, são maldições que o
Eterno lança àqueles que cometem certas pecados.
Os idólatras são seriamente
amaldiçoados por Adonai.
Os que fazem as imagens (artífices) e
os que nela confiam, a estes a maldição é que se tornem como as imagens.
“Os ídolos deles são prata e ouro, obra
das mãos dos homens.
Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não veem.
Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram.
Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem
som algum sai da sua garganta.
A eles se tornem
semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.”
Salmo 115:4-8
Outro exemplo
é a maldição que recai sobre os que ousarem (e ousaram de fato), modificar as
palavras da profecia (e de todas as Escrituras).
“Porque eu testifico a todo aquele que
ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as
pragas que estão escritas neste livro;”
Apocalipse 22:18
As maldições
são uma realidade, são o oposto das bendições, elas podem ser palavras nocivas
proferidas por alguém (Tg 3:9-10),
podem ser um castigo de D’us para o pecado.
A quem afirme
que não há mais maldições porque Yeshua se fez malditos por nós, mas creio que
isso é em sentido estrito e não lato, ou seja, não são todas e quaisquer
maldições, mas Sha’ul HaShaliach (Apóstolo
Paulo), referiu-se as maldições da Torah
(Lei)
“De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.
Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição;
porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as
coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
E é evidente que pela
lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.
Ora, a lei não é da fé;
mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá.
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição
por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;”
Gálatas 7:3-13
Yeshua nos libertou das maldições que recaem sobre
aqueles que vivem sob a Torah e buscam ser justificados por essa existência,
quando na verdade as obras da Lei, não justificam, mas sim a fé no MaShiach (messias).
Com isso
afirmo que as maldições do Eterno para determinadas situações, como as aqui já
descritas (idolatria, adulteração das Escrituras), continuam valendo, não foram
“anuladas” no madeiro.
E para
finalizar quero citar outro caso interessante de maldição. Trata-se de Davi.
D’us apesar de tê-lo perdoado (pelo adultério), lançou uma maldição sobre sua
casa e fatalmente aconteceu conforme a palavra de Adonai.
“Agora, pois, não se
apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a
mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher.”
II Samuel 12:10
Podemos mediante tudo isso fazer as
seguintes asseverações:
·
D’us
já visitou, mas não visita mais os pecados dos filhos nos pais;
·
Há
maldições que podem ser revertidas desde que haja arrependimento do pecado e
uma verdadeira conversão (porém as consequências do pecado são
inevitáveis (Gl 6:7) ;
·
Yeshua
acabou com as maldições da Lei, não TODAS as maldições;
·
Há
maldições descritas nas Escrituras que estão valendo;
·
O
homem pode impetrar bênçãos e maldições na vida de outros homens (Tg 3:9-10 , Rm 12:14) e com
consequências por certo, haja vista o caso de Bil’am (Balaão),(Ap 2:14)
, mas claro, somente com a anuência de
D’us (Nm 24:10), por isso cuidado com as palavras;
As maldições terão fim quando Jesus reinar e novos céus e nova terra forem estabelecidas (Não haverá maldições na Nova Jerusalém);
"E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão."
Apocalipse 22 : 3
Shalom Aleichem !
Comentários